O X do século XXI - 10 minutos com Philip Wollen, ex vice-presidente do Citibank

A verdade que nenhum ambientalista pode deixar de mostrar:
Como a indústria da morte e crueldade dos animais está devastando o planeta, arruinando as espécies, adoecendo e matando de fome a humanidade em proporções gigantescas.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Brutalidade e dor - por Lílian Bertolini

















Neste mês, cavalo ferido por chifre de touro tem seu intestino exposto 


A primeira impressão que se tem diante das cenas apresentadas nas arenas da festa do rodeio, é a de que o peão está montado um animal xucro, bravio e selvagem. Porém, as pessoas que vivem do rodeio oferecem ao público uma grande farsa, porque os animais utilizados são mansos e dóceis e para que corcoveiem com se fossem bravios são envoltos em vários instrumentos de tortura como, por exemplo, o sedém, tira de couro fortemente presa à virilha do animal. No momento da abertura do brête, o sedém é fortemente puxado, provocando dor por comprimir violentamente a região do órgão genital e intestinal do animal.

Os defensores do rodeio alegam que o sedém provoca apenas cócegas. Cabe aqui, o uso do bom senso. Como algo que comprime fortemente região tão sensível poderia causar dor? Também é necessário esclarecer que, segundo a literatura médica, cócegas é uma sensação nervosa que advém de fricções ligeiras ou leves toques. Portanto, uma compressão violenta como provocada pelo sedém jamais causaria tal sensação.

Bovinos e eqüinos reagem ao sedém não porque sentem cócegas, mas por sofrimento, dor, medo, ira e aflição. Que o sedém provoca dor e tormento é o que atestam os laudos da Faculdade de Medicina na Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo e do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro.

São também utilizadas as esporas para incitar os animais mediante violentos golpes sincronizados e contínuos aplicados no baixo ventre, pescoço e cabeça. Não são os animais esporeados, mas sim golpeados brutalmente por esporas, que acabam por produzir contusões e cortes bastante profundos, chegando, muitas vezes s cegá-los. Não importa se as esporas são pontiagudas ou não. De qualquer forma, elas são aptas a provocar lesões nos animais graças ao fato de que os animais são golpeados com violência pelos peões.

Não bastassem o sedém e as esporas, ainda se utiliza da peiteira que consiste uma corda de couro colocada fortemente em volta do peito do animal, causando-lhe dor e sensação de asfixia. O peão, desde a peça, e, quando é aberta a porteira, a segura com uma das mãos, mantendo a outra livre, de maneira a alcançar o necessário apoio e equilíbrio sobre o dorso do animal. No boi, costuma-se colocar um sino na peiteira, para que, com os movimentos, seja provocado um barulho característico que causa a sensação de medo no animal, alterando, em decorrência, o seu estado emocional com a elevação drástica da adrenalina.

Choques elétricos também são utilizados para estimular os animais a demostrarem comportamento agressivo. São produzidos por sovelas, geralmente momentos antes dos animais deixarem o brête.

Portanto, essa falsa aparência de animal bravio corcoveando e saltando advém da tentativa desesperada de livrar-se dos instrumentos de tortura.

O animal corre de maneira desordenada, sem direção, lutando para fugir dos maus-tratos, quando, não raras vezes, vem a chocar-se contra as grades de proteção da arena.

Além da montaria, outras provas especialmente cruéis e violentas são as provas de laço.

Poucos imaginam o motivo pelo qual o animal penetra a arena correndo velozmente. Ocorre que, bezerros e garrotes são mantidos em pequenos cercados e lá recebem golpes, socos e pontapés, para que, ao abrirem a porteira, corram desesperadamente na tentativa de escapar ao maus-tratos.

Nas laçadas de bezerros são utilizados animais de quarenta dias de idade, apenas. O impacto que recebe o animal ao ser laçado é suficiente para feri-lo gravemente. Há morte instantânea de muitos deles, após a ruptura da medula espinhal. Alguns ficam paralíticos ou sofrem rompimento parcial ou total da traquéia. O resultado de ser atirado violentamente ao chão, tem causado a ruptura de diversos órgãos de diversos órgãos internos, levando o animal a uma morte lenta e agonizante.

Não menos atrozes as laçadas duplas compostas por dois peões. Onde, um laça os chifres de um boi em movimento e o outro laça as pernas traseiras do animal, em seguida os peões esticam o boi entre si, em sentido contrário um do outro, resultado em ligamentos e tendões distendidos, além de músculos machucados.

Laçadores declaram orgulhosamente, que treinam de 06 a 07 horas por dia. Estes treinos não são supervisionados e realizados, na maiorias das vezes, com o mesmo animal, onde vale-tudo.

Na derrubada de boi, modalidade também conhecida como Bulldogging, o peão desmonta de seu cavalo sobre um boi em movimento, devendo derrubá-lo ao chão, agarrando-o pelos chifres e torcendo violentamente seu pescoço. O animal sofre brutal impacto de receber um peão sobre sua coluna e em seguida sofre igual violência ao ter o pescoço tracionado, já que o próprio animal oferece resistência à força que o peão emprega para derrubá-lo ao chão.

Veterinários norte-americanos, com 30 anos de experiência como inspetores da carne da U.S.D.A, declararam à Sociedade Internacional dos Direitos dos Animais que o pessoal dos rodeios manda aos matadouros, animais tão extensivamente machucados que a pele encontra-se solta do corpo, como 02 a 03 galões de sangue livre acumulados debaixo da pelo solta, devido às hemorragias internas. Relatam que há animais com seu ou oito costelas separadas da coluna vertebral, muitas vezes já perfurando os pulmões.

Os rodeios submetem os animais a constantes e sucessivas quedas, das quais podem resultar deste ferimentos e simples contusões até fraturas, entorses, luxações, rupturas musculares, rupturas dos tendões e artrites.

O cavalo que cai após empinar-se arrisca uma fratura da base do crânio podendo sofres morte imediata.

Uma queda sobre a cabeça com o pescoço dobrado pode levar a uma imobilização da medula espinhal, seguida de morte em curto prazo.

Os rodeios com as características que de hoje se revestem, se afastam das tradições mais puras de cultura popular sertaneja, não se caracterizando como manifestação folclórica ou cultural.

Devemos entender por cultura um conjunto de princípios voltados para o aprimoramento das coletividade e não para as práticas que reconduzem o ser humano ao primitivismo e à brutalidade, com os olhos postos no interesse mesquinho do lucro fácil.

Se tal prática mão pode ser aceita como cultura, menos ainda como esporte, porque não se concebe esporte que maltrate o animal.

Todos os cientistas que à luz da ética e da ciência estudaram a fisiologia e a psicologia do animal concluíram que ele é dotado de um sistema nervoso que produz, diante do sofrimento reações iguais as que, em semelhante situação, teria um ser humano.

Além da dor física, os rodeios submetem os animais a sofrimento mental, uma vez que eles possuem capacidade neuropsíquica de avaliar que esse estímulos lhes são agressivos, ou seja, perigosos à sua integridade física. Constrangem o animal a uma prática contra a qual ele se insurge, tanto que se debate como pode e com todas as forças de que dispõe, em movimentos e impulsos contrário à sua mansidão natural.

Não há como equiparar o rodeio à tradição, folclore ou esporte, porque ele flagela o animal, deforma o sentimento dos espectadores e instila no espírito das crianças e adolescentes o sadismo e a insensibilidade pelos seres vivos.




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