O X do século XXI - 10 minutos com Philip Wollen, ex vice-presidente do Citibank

A verdade que nenhum ambientalista pode deixar de mostrar:
Como a indústria da morte e crueldade dos animais está devastando o planeta, arruinando as espécies, adoecendo e matando de fome a humanidade em proporções gigantescas.

domingo, 17 de abril de 2011

Filme - VIRA-LATAS, os verdadeiros cães de raça








Direção: Tiago Ferigoli

Produção Executiva: Raquel Marques

Educar as pessoas quanto ao significado do "ser" um vira-lata. O que é isso?
Termo que vem do ditado popular, do folclore, que define de forma muito singular a situação dos animais de rua. O cão vira-lata, ao contrário do que muitas pessoas pensam, muitas vezes têm raça. Ser um vira-lata, por tanto, é um "estado social", significa estar abandonado, estar vivendo nas ruas, seja um animal de raça ou não. A partir disso entendemos que o significado de "ser" um vira-lata pode se estender numa relação com o homem: abandonado, que sofre de preconceitos, que é fruto da miscigenação de raças/culturas e que muitas vezes é "obrigado" a lutar pela sua própria sobrevivência. Isso é um vira-lata e esta é a temática do filme. Quando entendemos que todos vivemos num mesmo ambiente e que tudo que acontece a nossa volta é fruto do que fazemos nele ou por ele, entendemos que somos responsáveis pelo meio em que vivemos, e que, mesmo não
sendo um amante de cães, este assunto precisa ser debatido pela comunidade. Utilizamos da situação do cão vira-lata, em analogia, para estudar simultaneamente a situação de nós seres humanos, neste mundo cada dia mais vira-lata.





Formato.
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O filme trás profissionais de diferentes áreas de atuação com diferentes pontos de vistas, reforçando a idéia de que estamos todos interligados. De profissionais renomados específicos da área da saúde à artistas de TV. Um longa metragem de cerca de uma hora de duração, narrado pelo próprio elenco.

Sinopse.
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Filme homônimo baseado na obra literária Vira-latas Os verdadeiros cães de raça, parte de uma campanha inédita no país. Este filme não fala apenas dos cães em si, mas principalmente do significado do termo "vira-lata", onde neste contexto, discute questões relacionadas a responsabilidade social, educação e empreendedorismo. Um filme para toda a família.

Elenco.
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1 - Maria L. Reichmann - Assistente Técnica de Saúde (Instituto Pasteur)
2 - Neide Takaoka - Diretora Geral Instituto Pasteur
3 - José Antonio Visintin - Diretor da Faculdade de Medicina Veterinária USP
4 - Marco Antonio Vigilato - Diretor do Centro de Zoonoses SP
5 - Elisabeth Martins - Pesquisadora Científica - Butantan
6 - Eleonora Mendes - Vive-Presidente UIPA
7 - Vanice Orlandi - Presidente UIPA
8 - Heródoto Barbeiro - Jornalista
9 - Vinícius Fava Ribeiro - Fisioterapeuta - Diretor da ONG INATA
10 - Lívia Ribeiro - Psicóloga - coordenadora técnica da ONG ATEAC
11 - Sílvia Jansen - Presidente da ONG ATEAC
12 - José Carlos Rapacci - Diretor de Marketing da MARS/Pedigree
13 - Marco Ciampi - Consultor e Presidente da ONG ARCA BRASIL
14 - Estevão Vadasz - Coordenador do projeto autismo do HC - SP
15 - Déa M. Roberto - Presid. Executiva da Casa dos Velhinhos Ondina Lobo
16 - Christina Carvalho Pinto - Presidente do Grupo FullJazz de Comunicação e do Mercado Ético
17 - Irvênia Prada - Médica Veterinária / Professora Titular Emérita da USP
18 - Adriana Vieira - Médica Veterinária
19 - Danilo Gentili - comediante
20 - Vera Abi Saber - Escritora e educadora
21 - Janine Borba - jornalista
22 - Ronnie Von - músico

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Release

Vira-latas Os verdadeiros cães de raça
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Vira-lata, palavra que deriva do ditado popular e que define de forma coloquial aquele que vive nas ruas. Termo comumente confundido com raça, mas que na verdade define uma situação a qual determinado ser se encontra:  abandonado, miscigenado, aquele que sofre preconceito e que precisa lutar para sobreviver. No caso dos cães, muitos dos que estão abandonados nas ruas possuem raça. Na verdade, todos. Pensando assim, em determinado momento somos todos um pouco vira-latas. Precisamos todos de um pouco de atenção, de respeito e de carinho. Vira-lata é quando um ser DE raça torna-se um ser COM raça.



O Projeto
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O Projeto Vira-latas Os verdadeiros cães de raça foi idealizado e produzido pelo publicitário Tiago Ferigoli e conta com uma série de ações conjuntas, dentre elas: Um Livro produzido e distribuído pela Editora Ediouro. Um Filme Documentário longa metragem oficialmente publicado pela ANCINE, produzido por empresas como Pedigree e Influência Films,  que conta com a participação de grandes personalidades tais como Ronnie Von, Danilo Gentili, dentre outros. Um Website que pretende se tornar referência dando continuidade ao projeto, não apenas funcionando como um forte canal de divulgação mas também como um canal de vendas. Uma Trilha Sonora Original que já está sendo vendida inclusive no exterior. E uma fortíssima assessoria de imprensa, resultado da fusão de todas as empresas envolvidas. Tudo isso pode ser acompanhado pelo site oficial (www.vira-latas.com).

Responsabilidade social
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Visando a importância do assunto retratado no projeto, que não apenas fala de cães de rua mas principalmente do homem, uma vez que o abandono é resultado de uma política mal estruturada, de preconceito, de educação, ou seja, de responsabilidade social, questões que em nada tem a ver com o cão em si, o qual por sinal não possui culpa alguma. O Projeto tem por objetivo atingir a todos os cidadãos para que todos possam tornar a sua vida melhor e mais digna e desta forma minimizar quaisquer problemas que possam acontecer  a sua volta, seja com os cães de rua, seja com o próximo.

Making of:


Equipe
Tiago Ferigoli
DIRETOR E AUTOR DO PROJETO VIRA-LATAS
Publicitário de formação, nascido em 1978, encontrou no cinema e na literatura, uma forma de trabalhar a informação pela educação. Com o Projeto vira-latas, através do uso da imagem e do som, conseguiu levar as pessoas uma realidade literalmente abandonada. Autor do Livro Vira-latas Os verdadeiros cães de raça, Diretor do Filme Documentário, compositor da trilha sonora original,e com certeza, muito orgulhoso de poder compartilhar esta jornada de mais de 2 anos de trabalho com esta equipe maravilhosa.
Raquel Marques
PRODUTORA EXECUTIVA | REPORTAGEM
Jornalista e fotógrafa, pós graduada em Assessoria de imprensa, gestão da comunicação e marketing. Sua paixão pela notícia começou cedo e depois da faculdade começou a aperfeiçoar a estética das palavras e da imagem, o que lhe rendeu dois prêmios nacionais de fotografia. Trabalhou para três jornais e atualmente atua como autônoma atendendo empresas, agências de comunicação e propaganda, shoppings, etc.
Sergio Silva
ILUSTRADOR DO PROJETO VIRA-LATAS
Artista Plástico, nascido em 1975, sempre apresentou paixão pelo desenho e pintura; o que o levou a buscar com dedicação sua expressão artística. Formado em Artes Plásticas, produz ilustrações, gravuras e pinturas. Atualmente desenvolve trabalhos de pesquisa estética que visam promover a interação entre computação gráfica e arte.
Laura Lobo
COORDENADORA DO LIVRO VIRA-LATAS
Publicitária, apaixonada por livros, literatura  , arte , cultura  e gente, desde muito tempo... Trabalha em editora desde 1992. Honrada por ser apresentada às fotos e ao texto  há dois anos, se apaixonou e acreditou que se tornaria um belo livro e depois um projeto que jogaria a semente na alma das pessoas para que pensassem sobre suas relações com o mundo, se  utilizando das imagens destes companheiros de viagem . Continuará a incentivar Tiago e outros seres do bem a desenvolverem Projetos como este.
José Eduardo de Carvalho
PRODUÇÃO
Diretor da Proimagem, Eng. Eletrônico, Pós Graduado em Propaganda e Marketing pela ESPM, proprietário da Proimagem estabelecida desde 1990. Diretor de Comerciais TV, Vídeos Institucionais, Programas de TV, etc.
Cristina Fernandes
EDITORA DO LIVRO VIRA-LATAS
Formada em Comunicação Visual, trabalhou num estúdio de arte e fez traduções como freelancer até que a convidaram para ser editora numa grande casa editorial. Atualmente com mais de 20 anos de experiência no mundo das letras, da produção gráfica e dos planos de negócios que viabilizam uma obra, pode dizer que tem o privilégio de trabalhar fazendo algo que adora. E em Vira-latas - os verdadeiros cães de raça, conseguiu juntar duas de suas paixões: livros e cachorros.
Tatiana Bornato
CO-PRODUÇÃO DO FILME VIRA-LATAS
Coordenadora de projetos culturais do Grupo Infocus. Formada em Relações Públicas, transita livremente entre as artes. Produz curtas, longas, documentários, bandas, livros, exposições e conteúdo para web. Tudo aprovado, carimbado e publicado pelo Ministério da Cultura. Em 2010 participa do lançamento do longa “Segurança Nacional” de Roberto Carminati; do projeto “Centenário Adoniran Barbosa” da editora Mojo Books e do projeto mais cobiçado do ano “Vira-Latas”.
Andrea Gomes Giusti
CO-PRODUÇÃO DO FILME VIRA-LATAS
Publicitário de formação, nascido em 1978, encontrou no cinema e na literatura, uma forma de trabalhar a informação pela educação. Com o Projeto vira-latas, através do uso da imagem e do som, conseguiu levar as pessoas uma realidade literalmente abandonada. Autor do Livro Vira-latas Os verdadeiros cães de raça, Diretor do Filme Documentário, compositor da trilha sonora original, webdesigner e com certeza, muito orgulhoso de poder compartilhar essa jornada de 2 anos com todos vocês.
Fabian Giese
PRODUÇÃO MUSICAL
Flautista, Educador Musical, Compositor. Nascido em São José dos Campos em 1978. Participou da criação da Trilha Sonora Documentário Vira-Latas.
Fabiana Carvalho
ADMINISTRAÇÃO DO FILME VIRA-LATAS
Diretora administrativa e coordenadora da Empresa Proimagem, responsável pela organização administrativa da empresa. Teve o prazer de auxiliar e acompanhar de perto a produção do filme Vira-latas. 
Henrique Avari
DIRETOR TÉCNICO
Diretor técnico e operacional da Proimagem, atua há mais de 15 anos no mercado de produção. Também é fotógrafo com publicações em site nacionais e internacionais.
Thales Mendes
CONTRA-REGRA
Estudante de Comunicação Social, sempre se mostrou interessado pela produção audiovisual. Atua como auxiliar de fotografia, contra-regra e produtor das mais diversas campanhas publicitárias. Apaixonado por edição de vídeo e cinema, tem como meta conquistar os melhores mercados do Brasil e continuar os estudos focados na tecnologia, produção e comunicação.
Célio Lourenço
CÂMERA | PRODUÇÃO
Iluminador nascido 1971 dede os 15 anos trabalhando no ramo de eventos como shows, teatros, danças, exposições, etc.  Ultimamente na área de vídeo onde desempenho varias funções e o prazer de participar do projeto vira latas juntamente com vocês da equipe muito obrigado pela oportunidade.
Andrea Corban Benozzati
COORDENADORA DE PRODUÇÃO
Teve o prazer de acompanhar o desenvolvimento do documentário, auxiliando na produção. Obrigada por fazer parte desta equipe, que tanto lutou e fez com que este projeto se realizasse.



Extraído de: http://www.vira-latas.com/

terça-feira, 5 de abril de 2011

O ponto de mutação - livro e filme

Neste livro, Fritjof Capra, físico austríaco, defende que são necessárias mudanças rápidas nas atitudes para que se possa contornar os grandes problemas mundiais

Em 1979, o jornal americano Washington Post publicou a matéria "O armário de idéias está vazio", com depoimentos de consagrados intelectuais de Cambridge, Massachusetts e Nova York. Os estudiosos atestaram não somente que as idéias da ciência se dividiram "em dúzias de riachos" mas que, em algumas áreas, suas águas "secaram por completo". Na mesma matéria, um dos entrevistados, Irving Krinstol, professor de urbanismo na Universidade de Nova York, declarou estar se demitindo de sua disciplina e instituição por achar que já não podia fazer mais nada para melhorar as cidades. O motivo: quando os problemas são enormes, perde-se o interesse por eles. 
A matéria está citada no livro "O Ponto de Mutação", do físico austríaco Fritjof Capra. Serve de exemplo - e é apenas um dos tantos - para se ter uma idéia do tamanho de problemas que cercam o mundo: fome, miséria, pobreza, crise energética, falta de água, epidemias, violência, poluição, perda da biodiversidade etc, etc e etc. São tantos que chegamos, diz Capra, à ponta do cume: é preciso a imediata e irreversível mudança de pensamentos e atitudes para que tais realidades sejam revertidas. Para ele, vale o que diz o I Ching, "ao término de um período de decadência sobrevém o ponto de mutação".
Espécie de oráculo, o texto clássico chinês foi a inspiração de Capra para o título do seu livro. Que surgiu, segundo ele, como uma conseqüência do seu best seller "O Tao da Física" (1975). Nele, Capra quebrou os paradigmas da física moderna para propor uma relação entre as ciências naturais e a evolução espiritual. Concluindo, por fim, que a visão de mundo sugerida pela física moderna é incompatível com a nossa vida atual, pois "não reflete o harmonioso estado de inter-relacionamento que observamos na natureza", diz ele. Para provar sua tese - e identificar os caminhos que percorremos historicamente para chegarmos à insustentabilidade do mundo atual - foi do desafio a que se propôs em "O Ponto de Mutação", publicado originalmente em 1982. Desafio que fez de Capra, físico pela Universidade de Viena, voz forte no debate de como pôr um ponto final nos grandes problemas contemporâneos, virar a página e redesenhar uma nova história, agora sustentável, para o planeta.

Se em seu livro posterior "As Conexões Ocultas - Ciência para uma Vida Sustentável" (2001), ele contrapôs a história recente do capitalismo global e a destruição da vida, em "O Ponto de Mutação" ele volta à história do pensamento cientifico para apoiar a idéia de que é preciso quebrar as bases da ciência moderna, pautada no sistema matemático cartesiano que enxerga o mundo como uma máquina inquebrável e a serviço do homem, para entender o quanto ela, ao longo de séculos, convergiu do modo em que a natureza, incluindo nós humanos, se organiza e mantém a vida.

Para Fritjof Capra, fundador do Centro de Eco-Alfabetização de Berkeley, na Califórnia, e professor do Schumacher College, um centro de estudos ecológico na Inglaterra, a crise dos intelectuais - assunto da matéria publicada no Washington Post - existe porque a ciência, e suas disciplinas, mantiveram ao longo de anos e anos a percepção estreita da realidade, enxergando-a de maneira segmentada, cada disciplina a seu modo. Acontece que problemas como fome e miséria, destruição do meio ambiente e pobreza, todos eles descritos com afinco em "O Ponto de Mutação", são sistêmicos: um é conseqüência de outro, que puxa outro, e assim sucessivamente. Eis a questão. Tal abordagem da ciência, diz Capra, não resolverá uma só das nossas dificuldades, mas sim "limitar-se-á a transferi-las de um lugar para o outro na complexa rede de relações sociais e ecológicas". Para ele, só passaremos adiante do "ponto de mutação" se enxergarmos o presente na sua totalidade e interdependência, tal qual o movimento da natureza.


 O Filme

O filme Ponto de mutação ( MindWalk) aborda um dialogo de três pessoas que embora tenham estilos de vida e pensamentos diferentes, são abertas a novas idéias. O dialogo dos personagens acontece em um castelo medieval na França.
Essas pessoas são americanas e fazem partes de núcleos sociais diferentes. O primeiro ator é um senador e ex candidato a presidência da republica (político). Ele se sente desmotivado com a política, argumentado não ter discurso próprio, tendo que repetir os discursos que seus acessores escrevem ou dizer o que as pessoas querem ouvir. O segundo ator é um professor de literatura e escritor (poeta) que se sente na crise de meia idade. Ele veio para a França para fugir da competitividade das grandes cidades. A terceira é uma cientista especialista em Física que vive uma crise existencial ao ver a intenção do uso militar em sua pesquisa.

O político frustrado com a visão de política dos EUA, liga para o amigo (poeta) que mora na França e seu amigo acaba oferecendo uma estadia para ele, a fim de fazê-lo esquecer um pouco da sua rotina. Ao chegar à França os dois amigos vão visitar um castelo medieval. Lá eles encontram a cientista em uma sala onde se encontra um imenso relógio antigo, que se torna o ponto inicial de toda discussão.
A cientista é convidada a entrar na conversa que o poeta e o político estão tendo sobre o relógio. Logo que ela entra na conversa ela faz uma dura critica sobre a maneira cartesiana em que os políticos de modo geral vêem a natureza. Ela afirma que os políticos descrevem a natureza assim como Descartes descrevia, como um relógio onde é possível reduzir ao monte de peças onde analisado cada parte é possível entender o todo.
Ela crítica dizendo que essa idéia é antiga e ultrapassada e que devemos mudar essa visão de mundo. O mundo tem que ser visto como um todo através das relações existentes entre cada objeto que compõem a natureza e que fazemos parte dessas relações.

A cientista afirma que se devem abrir os horizontes para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Não se pode olhar separado os problemas globais tentando entendê-los e resolve-los separadamente. Devem-se entender as conexões para depois resolver os problemas. Com isso se consegue pensar em um mundo com crescimento sustentável com melhores condições para todos.O político discute e até aceita algumas idéias da cientista, mas a grande questão que ele aponta é: como concretizar essas idéias na política, como fazer com que as pessoas (os eleitores) consigam entender. A resposta da cientista é simples: Mudando nossa maneira de ver o mundo.Nessa resposta se consegue percebe a transversalidade da educação ambiental e a importância de ser discutido em redes de ensino interdisciplinarmente, sendo trabalhada como uma grande teia ligadas a diferentes disciplinas, a fim de analisar um fenômeno.

Para ver o filme:



Para baixar:


Fontes:

domingo, 3 de abril de 2011

Ouro azul: Depois de Paris, é a vez de Berlim dizer não à gestão privada da água

Na Itália e na Europa cresce a reivindicação contra o controle das multinacionais na gestão da água, o ouro azul.

 




A água não se vende. Fora a água do mercado, fora o mercado da água.
Na Itália o movimento pela água pública conseguiu realizar o milagre de recollher mais adesões ao pedido de referendo contra a privatização do setor hídrico que todos os outros pedidos anteriores (isto é, superou os históricos referendos sobre o aborto, o divórcio e o nuclear). E tudo isso sem o apoio de nenhum grande partido e sem a atenção dos meios de comunicação.
O primeiro objetivo que o movimento havia indicado era aquele de recolher pelo menos 700 mil assinaturas, quando o mínimo necessário era 400 mil. Surpreendentemente, um milhão e quatrocentas mil pessoas de toda a Itália deram a própria adesão ao pedido que diz não à gestao privada da água e que em breve chamará ao voto a sociedade italiana.
Um milhão e quatrocentas mil adesões que começam a irritar o principal partido da esquerda italiana, o Partito Democratico (PD, ex- PCI), um dos artífices do partenariado público-privado e da lei “Galli”, que abriu ao mercado a gestão da água.
Irrita porque apesar dos esforços de manter sob controle essa discussão, o “povo da água” tem se mostrado muito mais difícil de ser calado: os aumentos, a falta de reais investimentos (apesar do lucro garantido previsto pela lei), a prevalência do caráter comercial com a decorrente falta de controle público que caracterizam a atuação do setor privado, está mudando a opinião da população, que antes via a entrada de empresas privadas como única possibilidade para resolver os problemas no setor.
O fórum italiano dos movimentos pela água além disso tem demonstrado uma capacidade impressionante de aglutinar ao seu redor muitas “almas” dos movimentos sociais aparentemente contraditórias. Para um partido que já enfrenta muitos problemas não conseguindo afirmar-se como alternativa real ao governo berlusconiano a questão da água começa a criar discussões indesejadas na base militante (e sobretudo votante).
O referendo da água preocupa também a direita, seja aquela liberalista e agressiva de Berlusconi, seja aquela de origem popular fascista de Gianfranco Fini (partido Futuro e Libertà per l’Italia – Fli) e dos centristas de Pier Ferdinando Casini (chefe do partido União de Democratas Cristãos e de Centro – UDC – além de genro de Francesco Caltagirone, empresário italiano e um dos principais sócios da multinacional de água italiana, a Acea) e, é claro, as multinacionais, os grandes grupos econômicos que vêm no business do ouro azul a possibilidade de lucros certos, sem risco de empresa, com um avalista como o Estado que é sempre uma garantia.
O debate em torno da mercantilização de um bem essencial à vida como a água, porém, começa a interessar também as principais capitais européias. Depois de Paris, que decidiu voltar a gerir a própria água não renovando o contrato com as multinacionais francesas Suez (1) e Veolia, agora é a vez de Berlim, que no dia 13 de fevereiro resolveu, para surpresa geral, dar um stop ao processo de privatizaçao da gestão hídrica.
Abaixo a tradução de um artigo contando o que acontece em Berlim:

Berlim quer a água pública. Convidados para votar os berlinenses decidiram pelo “sim” no referendo pelo anulamento da privatização parcial da sociedade de gestão dos serviços hídricos. Trata-se de uma vitória esmagadora: 98%, de um total de mais de 678 mil eleitores votaram por uma maior transparência dos contratos.
O referendo pedia a integral e imediata publicação do contrato com o qual em 1999 Berlim, para encher os cofres do Estado, vendeu 49,9% da empresa de gestão hídrica da cidade ((Berliner Wasserbetriebe)) à Rwe e Veolia. Segundo os defensores do referendum a partir daquele momento a conta da água na cidade teve um aumento de 35% e está entre as mais altas entre as cidades alemãs(2).
No mês de novembro de 2010,respondendo às reivindicações dos promotores do referendo a prefeitura de Berlim publicou cerca de 700 páginas do contrato de privatização parcial. Desses documentos emerge que a cidade garantiu altos margens de lucro à RWE e Veolia que, entre 1999 e 2009, ganharam mais do que Berlim, apesar da cidade deter 50,1% das ações da empresa de gestão hídrica (3).
Dorothea Härlin, do comitê referendário, sublinhou a importância internacional do sucesso do referendo e lembrou que não apenas os berlinenses mas os cidadãos do mundo inteiro lutam pela água.
Na Itália o Comitê Referendário “2 sim pela água Bem Comum” lançou um apelo para a unificação da data das eleições administrativas de 2011 e a a votação referendária. O Conselho de ministros decidirá brevemente as datas para as eleições administrativas (ndt municipios, províncias e regiões) de 2011 e pelo referendo previsto para a próxima primavera.
Fonte:
Notas:
  • (1) – A Suez é a mesma multinacional francesa que em 2000 passou a gestir a “Águas do Amazonas” criando não poucos problemas à população de Manaus com aumentos da conta, endividamento das famílias e falta de água – e de água potável – gerando a CPI das águas de 2005 promovida pela Câmara de Vereadores
  • (2) – De 2001 até hoje a conta de água em Berlim aumentou 35% e atualmente é uma das mais caras da Alemanha. Na cidade um metro cúbico de água custa 5,12 euros, em Colonia, por exemplo, 3, 26.
  • (3) – Na parceria entre Rwe (companhia eletrica alemã) , Veolia (multinacional francesa da água) e Berliner Wasserbetriebe ( a empresa de gestão da água) a partir de1999 até hoje quem lucrou mais com o business da água foi mesmo a parte privada: 1,3 bilhões para Rwe e Veolia contra 696 milhões para a cidade de Berlim.
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Para saber mais vejam o artigo no link abaixo:



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    SOS Projeto Mucky


    AOMA - CNPJ 03.788.097/001-37 - 2010