Em 1979, o jornal americano Washington Post publicou a matéria "O armário de idéias está vazio", com depoimentos de consagrados intelectuais de Cambridge, Massachusetts e Nova York. Os estudiosos atestaram não somente que as idéias da ciência se dividiram "em dúzias de riachos" mas que, em algumas áreas, suas águas "secaram por completo". Na mesma matéria, um dos entrevistados, Irving Krinstol, professor de urbanismo na Universidade de Nova York, declarou estar se demitindo de sua disciplina e instituição por achar que já não podia fazer mais nada para melhorar as cidades. O motivo: quando os problemas são enormes, perde-se o interesse por eles.
A matéria está citada no livro "O Ponto de Mutação", do físico austríaco Fritjof Capra. Serve de exemplo - e é apenas um dos tantos - para se ter uma idéia do tamanho de problemas que cercam o mundo: fome, miséria, pobreza, crise energética, falta de água, epidemias, violência, poluição, perda da biodiversidade etc, etc e etc. São tantos que chegamos, diz Capra, à ponta do cume: é preciso a imediata e irreversível mudança de pensamentos e atitudes para que tais realidades sejam revertidas. Para ele, vale o que diz o I Ching, "ao término de um período de decadência sobrevém o ponto de mutação".
Espécie de oráculo, o texto clássico chinês foi a inspiração de Capra para o título do seu livro. Que surgiu, segundo ele, como uma conseqüência do seu best seller "O Tao da Física" (1975). Nele, Capra quebrou os paradigmas da física moderna para propor uma relação entre as ciências naturais e a evolução espiritual. Concluindo, por fim, que a visão de mundo sugerida pela física moderna é incompatível com a nossa vida atual, pois "não reflete o harmonioso estado de inter-relacionamento que observamos na natureza", diz ele. Para provar sua tese - e identificar os caminhos que percorremos historicamente para chegarmos à insustentabilidade do mundo atual - foi do desafio a que se propôs em "O Ponto de Mutação", publicado originalmente em 1982. Desafio que fez de Capra, físico pela Universidade de Viena, voz forte no debate de como pôr um ponto final nos grandes problemas contemporâneos, virar a página e redesenhar uma nova história, agora sustentável, para o planeta.
Se em seu livro posterior "As Conexões Ocultas - Ciência para uma Vida Sustentável" (2001), ele contrapôs a história recente do capitalismo global e a destruição da vida, em "O Ponto de Mutação" ele volta à história do pensamento cientifico para apoiar a idéia de que é preciso quebrar as bases da ciência moderna, pautada no sistema matemático cartesiano que enxerga o mundo como uma máquina inquebrável e a serviço do homem, para entender o quanto ela, ao longo de séculos, convergiu do modo em que a natureza, incluindo nós humanos, se organiza e mantém a vida.
Para Fritjof Capra, fundador do Centro de Eco-Alfabetização de Berkeley, na Califórnia, e professor do Schumacher College, um centro de estudos ecológico na Inglaterra, a crise dos intelectuais - assunto da matéria publicada no Washington Post - existe porque a ciência, e suas disciplinas, mantiveram ao longo de anos e anos a percepção estreita da realidade, enxergando-a de maneira segmentada, cada disciplina a seu modo. Acontece que problemas como fome e miséria, destruição do meio ambiente e pobreza, todos eles descritos com afinco em "O Ponto de Mutação", são sistêmicos: um é conseqüência de outro, que puxa outro, e assim sucessivamente. Eis a questão. Tal abordagem da ciência, diz Capra, não resolverá uma só das nossas dificuldades, mas sim "limitar-se-á a transferi-las de um lugar para o outro na complexa rede de relações sociais e ecológicas". Para ele, só passaremos adiante do "ponto de mutação" se enxergarmos o presente na sua totalidade e interdependência, tal qual o movimento da natureza.
O Filme
Espécie de oráculo, o texto clássico chinês foi a inspiração de Capra para o título do seu livro. Que surgiu, segundo ele, como uma conseqüência do seu best seller "O Tao da Física" (1975). Nele, Capra quebrou os paradigmas da física moderna para propor uma relação entre as ciências naturais e a evolução espiritual. Concluindo, por fim, que a visão de mundo sugerida pela física moderna é incompatível com a nossa vida atual, pois "não reflete o harmonioso estado de inter-relacionamento que observamos na natureza", diz ele. Para provar sua tese - e identificar os caminhos que percorremos historicamente para chegarmos à insustentabilidade do mundo atual - foi do desafio a que se propôs em "O Ponto de Mutação", publicado originalmente em 1982. Desafio que fez de Capra, físico pela Universidade de Viena, voz forte no debate de como pôr um ponto final nos grandes problemas contemporâneos, virar a página e redesenhar uma nova história, agora sustentável, para o planeta.
Se em seu livro posterior "As Conexões Ocultas - Ciência para uma Vida Sustentável" (2001), ele contrapôs a história recente do capitalismo global e a destruição da vida, em "O Ponto de Mutação" ele volta à história do pensamento cientifico para apoiar a idéia de que é preciso quebrar as bases da ciência moderna, pautada no sistema matemático cartesiano que enxerga o mundo como uma máquina inquebrável e a serviço do homem, para entender o quanto ela, ao longo de séculos, convergiu do modo em que a natureza, incluindo nós humanos, se organiza e mantém a vida.
Para Fritjof Capra, fundador do Centro de Eco-Alfabetização de Berkeley, na Califórnia, e professor do Schumacher College, um centro de estudos ecológico na Inglaterra, a crise dos intelectuais - assunto da matéria publicada no Washington Post - existe porque a ciência, e suas disciplinas, mantiveram ao longo de anos e anos a percepção estreita da realidade, enxergando-a de maneira segmentada, cada disciplina a seu modo. Acontece que problemas como fome e miséria, destruição do meio ambiente e pobreza, todos eles descritos com afinco em "O Ponto de Mutação", são sistêmicos: um é conseqüência de outro, que puxa outro, e assim sucessivamente. Eis a questão. Tal abordagem da ciência, diz Capra, não resolverá uma só das nossas dificuldades, mas sim "limitar-se-á a transferi-las de um lugar para o outro na complexa rede de relações sociais e ecológicas". Para ele, só passaremos adiante do "ponto de mutação" se enxergarmos o presente na sua totalidade e interdependência, tal qual o movimento da natureza.
O Filme
O filme Ponto de mutação ( MindWalk) aborda um dialogo de três pessoas que embora tenham estilos de vida e pensamentos diferentes, são abertas a novas idéias. O dialogo dos personagens acontece em um castelo medieval na França.
Essas pessoas são americanas e fazem partes de núcleos sociais diferentes. O primeiro ator é um senador e ex candidato a presidência da republica (político). Ele se sente desmotivado com a política, argumentado não ter discurso próprio, tendo que repetir os discursos que seus acessores escrevem ou dizer o que as pessoas querem ouvir. O segundo ator é um professor de literatura e escritor (poeta) que se sente na crise de meia idade. Ele veio para a França para fugir da competitividade das grandes cidades. A terceira é uma cientista especialista em Física que vive uma crise existencial ao ver a intenção do uso militar em sua pesquisa.
O político frustrado com a visão de política dos EUA, liga para o amigo (poeta) que mora na França e seu amigo acaba oferecendo uma estadia para ele, a fim de fazê-lo esquecer um pouco da sua rotina. Ao chegar à França os dois amigos vão visitar um castelo medieval. Lá eles encontram a cientista em uma sala onde se encontra um imenso relógio antigo, que se torna o ponto inicial de toda discussão.
A cientista é convidada a entrar na conversa que o poeta e o político estão tendo sobre o relógio. Logo que ela entra na conversa ela faz uma dura critica sobre a maneira cartesiana em que os políticos de modo geral vêem a natureza. Ela afirma que os políticos descrevem a natureza assim como Descartes descrevia, como um relógio onde é possível reduzir ao monte de peças onde analisado cada parte é possível entender o todo.
Ela crítica dizendo que essa idéia é antiga e ultrapassada e que devemos mudar essa visão de mundo. O mundo tem que ser visto como um todo através das relações existentes entre cada objeto que compõem a natureza e que fazemos parte dessas relações.
A cientista afirma que se devem abrir os horizontes para modelos sistêmicos, escapando do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. Não se pode olhar separado os problemas globais tentando entendê-los e resolve-los separadamente. Devem-se entender as conexões para depois resolver os problemas. Com isso se consegue pensar em um mundo com crescimento sustentável com melhores condições para todos.O político discute e até aceita algumas idéias da cientista, mas a grande questão que ele aponta é: como concretizar essas idéias na política, como fazer com que as pessoas (os eleitores) consigam entender. A resposta da cientista é simples: Mudando nossa maneira de ver o mundo.Nessa resposta se consegue percebe a transversalidade da educação ambiental e a importância de ser discutido em redes de ensino interdisciplinarmente, sendo trabalhada como uma grande teia ligadas a diferentes disciplinas, a fim de analisar um fenômeno.
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