O Great Ape Project (Projeto dos Grandes Primatas), ou GAP, é um movimento internacional criado em 1994, cujo objetivo maior é lutar pela garantia dos direitos básicos a vida, liberdade e não-tortura dos grandes primatas não humanos - Chimpanzés, Gorilas, Orangotangos e Bonobos, os parentes mais próximos do homem no mundo animal. Para tanto o projeto criou a Declaração Mundial dos Grandes Primatas, documento que oficializa os direitos creditados a estes animais.
O GAP nasceu a partir de idéias desenvolvidas em um livro de mesmo nome, escrito pelos filósofos Paola Cavalieri e Peter Singer, este último considerado um dos precursores no mundo do movimento de defesa de direitos dos animais. No livro, os autores e outros especialistas, entre os quais a primatóloga britânica Jane Goodall, explicam que os seres humanos e os grandes primatas compartilham características como organização social, comunicação e fortes laços afetivos entre os indivíduos, o que lhes conferem inteligência e, conseqüentemente, direitos muito similares aos nossos.
Atualmente o GAP tem representações em vários países, entre eles o Brasil. Aqui as primeiras idéias foram implantadas por volta do ano 2000 na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo. Um chimpanzé órfão de 3 meses de idade foi adotado e criado como humano pelo microbiologista Pedro Ynterian, que acabou fundando o primeiro santuário brasileiro para os animais. O "bebê" ganhou o nome de Guga (veja em 'Nossos Hóspedes') e despertou o interesse pela pesquisa e acompanhamento de chimpanzés vítimas de maus-tratos no país, dando início as atividades do GAP Brasil.
No ano de 2006 o "braço" do GAP no Brasil passa a ser representado oficialmente pela ONG Projeto GAP - Grupo de Apoio aos Primatas. Em 2008, o país conta com quatro santuários afiliados e alinhados com as idéias do Great Ape Project que hospedam 71 chimpanzés, a maioria recuperados após sofrerem maus-tratos em circos e estarem em condições inadequadas em zoológicos.
CATARINA
É a última chimpanzé fêmea que trabalhava em circos no Brasil. Chegou em 2009, por conta de uma apreensão do IBAMA e da Polícia Federal num circo que estava em Minas Gerais, dias depois de tê-la apresentado ilegalmente em Santos Dumont, uma vez que a cidade possui lei municipal que proíbe qpresentação de animais em circos desde 2006 (a primeira em Minas Gerais). O circo Koslow a vinha usando há mais de 30 anos, não só no picadeiro, mas também em festas e visitas à escolas e eventos. Ela deve ter mais de 40 anos, é muito pequena e sempre viveu entre humanos. Hoje habitando o GAP de Sorocaba, está se acostumando lentamente a vida com outros chimpanzés.
EXTINÇÂO
*Sem dúvida o chimpanzé é o primata, depois do homem, mais estudado e mais escravizada. Constantemente vemos esse animal em circos e programas de tv, com um único objetivo: encher o bolso de empresários sem escrúpulos que não fazem nada para a preservação da espécie ameaçada de extinção.
Estipula-se que exista cerca de 200.000 chimpanzés e bonobos no mundo. Essa população não é o suficiente para resistir as agressões do Homo sapiens: a carne de chimpanzé é muito apreciada na África, muitos desses animais são mortos ou vendidos vivos para centros de pesquisa na Europa e nos Estados Unidos e seu território natural a cada ano esta sendo invadido pela ocupação humana.
A ONU calculou que, se o ritmo de destruição do habitat e da predação continuar, o chimpanzé estará completamente extinto por volta do ano de 2025, restando apenas aqueles criados em cativeiro para serem usados em circos e laboratórios de pesquisas e santuários
Fonte: www.primatas.no.sapo.pt
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