Hoje
todos os processos são “participativos”, mas participação significa
coisas diferentes para pessoas diferentes e para começar é essencial
decidir de qual participação se está falando: Basta um questionário?
Algumas reuniões para perguntar opinião? As pessoas vão colocar a mão
na massa e realmente planejar? O resultado será respeitado? A opinião
do público terá qual peso em relação à opinião dos técnicos? E dos
políticos? Haverá participação na implementação? Como?
Para
funcionar bem a participação deve ser adotada no início dos processos e
envolver as pessoas tanto de baixo para cima quanto de cima para baixo,
de forma que todos possam se encontrar em algum ponto mediano. Não
basta convidar algumas organizações para opinarem. Prefeituras,
Secretarias Municipais e Câmaras de Vereadores precisam avaliar as
mudanças necessárias para que o sistema fique mais sincronizado e se
articule efetivamente com os Conselhos Municipais, Comitês de Bacia,
Fóruns da Agenda 21 e demais instâncias de participação.
O
envolvimento da população no sistema de planejamento deve ser um
processo contínuo já que não faz sentido envolver o público no início e
ignorá-lo depois. O processo precisa ser inclusivo e envolver o maior
número possível de setores da sociedade com um cuidado especial para
aqueles “sem voz” que precisam ser encontrados e incluídos. E cada
etapa deve ser “devolvida” para as pessoas tanto através de
apresentações e debates quanto mais formalmente em relatórios claros e
curtos, tudo organizado em etapas que todos possam compreender.
Desde
o início, é preciso de esclarecer a todos o que se quer alcançar tanto
com a participação da comunidade quanto com o processo de planejamento.
As pessoas precisam entender qual o seu papel no processo e quais
resultados podem advir de seu envolvimento – “qual diferença eu faço?”.
Algumas
dicas: Cada grupo é diferente e precisa de uma abordagem adequada – o
local e o horário das reuniões é crucial para garantir a presença de
algumas pessoas. O reconhecimento do trabalho pelos meios de
comunicação valida o que está sendo feito e eleva a autoestima do
grupo. A comunicação é fundamental e deve ser permanente. Reuniões são
para tomar decisões e não para aprovar decisões tomadas por
“dirigentes”. Finalmente, nenhum grupo aguenta ficar muito tempo só
falando. Pequenas ações sinalizam a todos sua própria capacidade de
realização e estimulam que enfrentem desafios maiores.
Mas,
principalmente, é necessário mais criatividade! O uso de jogos, da
manisfestações artísticas e culturais, de simulações e das novas
ferramentas digitais pode tornar o processo mais acessível e agradável,
incentivando especialmente a participação dos jovens.
Quem conhece experiências assim para compartilhar aqui?
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