Mundo que usasse recursos e gerasse resíduos como a China deveria ser maior para se manter
Um mundo que usasse recursos e gerasse resíduos aos níveis da China necessitaria de um planeta 1,2 vezes maior que a Terra para se manter, segundo relatório sobre o “rastro do carbono” do país apresentado nesta segunda-feira, 15, pela ONG WWF (Fundo Mundial para a Natureza, na sigla em inglês).
De acordo com o documento, apresentado pelo diretor-geral da WWF, James Leape, é “crucial” que a China enfrente problemas como as emissões de dióxido de carbono e o acelerado desenvolvimento urbano “para melhorar seu bem-estar sem que isso custe ao planeta”. Reportagem da Agência EFE.
O relatório assinala que setores como a construção e o transporte, associados ao avanço do nível de vida na China, contribuíram em grande medida para que as emissões de CO2 no país atingissem o patamar de 54% do impacto ecológico nacional.
Em consequência, a China necessitaria do dobro de seu solo produtivo para satisfazer a demanda de recursos naturais e absorver suas emissões. A renda per capita no país se multiplicou por 50 nas últimas três décadas, algo que foi acompanhado pela rápida industrialização, pelo desenvolvimento urbano e pela intensificação da agricultura, que “aumentaram a pressão sobre a natureza”, segundo o relatório da WWF.
O documento também contou com a colaboração do Conselho Chinês para a Cooperação Internacional em Meio Ambiente e Desenvolvimento, cujo secretário-geral, Zhu Guangyao, ressaltou em sua apresentação que “os próximos 20 anos serão vitais para que o país alcance um desenvolvimento sustentável”.
A China é o maior emissor mundial de dióxido de carbono, embora defenda nas negociações para a luta contra a mudança climática que são as nações desenvolvidas, por sua responsabilidade histórica no aquecimento global, que devem ser obrigadas a reduzir as emissões em até 40% por meio de um pacto internacional.
No entanto, o governo comunista prometeu diminuir sua intensidade de carbono (emissões totais divididas pelo PIB) entre 40% e 45% em 2020, em relação aos níveis de 2005, algo interpretado pela comunidade internacional como um passo importante, embora talvez não suficiente para tornar sustentável o desenvolvimento chinês.
Reportagem da Agência EFE, no Estadão.com.br.
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