Baterias também têm de ser verdes
A onda sustentável que tomou o planeta nas últimas décadas levantou considerações em torno da fabricação de baterias
A busca pelo aumento da eficiência passou a rivalizar com a batalha por tornar esses dispositivos mais verdes. O caminho seguro é a substituição gradual de fontes sujas de energia, a exemplo do petróleo, pelas renováveis. A energia solar, em especial, foi alavancada ao status de possível solução definitiva para os dois problemas que rondam as baterias: a eficiência e a sustentabilidade.
Se toda a radiação que atinge a Terra em um dia, vinda do Sol, virasse eletricidade, seria possível sustentar a humanidade por 27 anos. Na prática, o que falta hoje para a adoção ampla da alternativa solar é apenas vontade, da indústria e de consumidores, para implantá-la. A startup alemã Changers achou uma boa forma de incentivo.
A Changers vende os modelos abastecidos por radiação solar. Seus carregadores, finos e maleáveis, podem ser acoplados a mochilas ou levados dentro de uma bolsa. Após quatro horas carregando no sol, uma dessas baterias absorve energia suficiente para produzir 16 watts-hora, o suficiente para recarregar a bateria de um smartphone duas vezes no dia.
Um aplicativo, normalmente entregue junto com as baterias da Changers, motiva clientes a ser sustentáveis — e, no processo, mostra as vantagens de adotar essa postura (mesmo que para isso seja preciso pagar um pouco mais caro pelo produto alimentado pelo sol, em comparação com as baterias carregadas com fontes sujas). O app mede a quantidade de emissões de CO2 de cada usuário, com base em dados de seu dia a dia, como a distância percorrida de carro. Depois, calcula quanto a pessoa economizou em CO2 com atitudes verdes, como substituir o automóvel pela bicicleta, ou usar baterias de energia solar, em vez das que utilizam a tomada. O resultado da conta mostra se o indivíduo está em débito ou com crédito. Quem fica no positivo ganha benefícios da startup. Afirma Daniela Schiffer, fundadora da Changers: "Todos adoram falar da necessidade de cuidar da Terra, mas poucos se mexem para isso. Queremos dar um empurrão, dizer ‘vamos começar de algum lugar’ e mostrar quanto é fácil adotar posturas mais conscientes".
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