PAZ NA TERRA PARA TODOS OS VULNERÁVEIS
Por: Edna Cardozo Dias*
Doutora em Direito pela UFMG
Todos nós almejamos que o futuro nos reserve um mundo mais pacífico, próspero e justo. E que o perfume da paz flutue sobre o espaço inteiro da Terra.
Este é um mundo que só poderemos construir todos juntos. Temos que reconhecer, em adição às nossas responsabilidade profissionais e familiares, que temos uma responsabilidade coletiva com a sustentação dos princípios da dignidade humana, com a restauração da integridade da natureza e da dignidade dos animais, em nível global. Todos temos o dever, enquanto livres e soberanos de nossa própria vida, um dever planetário, especialmente para com os mais vulneráveis.
Nós acreditamos que o novo século será um desafio sobretudo para as mulheres que passarão a dividir os poderes com o homens e que terão o compromisso de fazer de sua co-participação uma força positiva. Todas as mulheres do mundo terão uma participação decisiva na construção de um desenvolvimento sustentável, como educadoras das crianças e gestoras dos recursos naturais dentro de cada família humana. As mulheres de todo mundo terão que atuar fortemente para a consolidação de valores fundamentais, nestes incluídos a liberdade,
igualdade, solidariedade, tolerância, respeito pela natureza, e responsabilidades partilhadas.
Não deverão mais existir tarefas masculinas e femininas, as mulheres deverão possuir a força dos homens e os homens os sentimentos das mulheres. Homens e mulheres inteiros deverão se unir para trabalhar juntos e coletivamente para o desenvolvimento de estratégias que assegurem o reconhecimento do direito à vida e o direito ao livre desenvolvimento das outras espécies. Nós precisamos livrar as gerações futuras da ameaça de viver em um mundo destruído.
Homens e mulheres unidos deverão reforçar o respeito pelas leis que visam assegurar a paz, segurança, desarmamento, erradicação da pobreza, proteção do meio ambiente e dos demais seres que habitam o planeta.
Homens e mulheres unidos deverão combater todas as formas de discriminação contra os vulneráveis, como crianças, jovens, idosos, portadores de deficiência, mulheres, populações negras e indígenas, homossexuais, e, também, a violência contra os animais.
Não poderemos mais economizar esforços para acabar com o tormento da guerra e para eliminar os perigos de destruição de nossa casa comum.
Temos que redobrar nossos esforços para libertar a raça humana da miséria. O sucesso de nosso objetivo depende da igualdade do gênero, da habilitação da mulher e da adoção de uma ética de conservação e vigilância capaz de sustar a exploração não sustentável dos recursos naturais.
A nossa luta deve ter como prioridades o combate à pobreza, à ignorância, às doenças, a injustiça, a violência e a degradação do Planeta em que vivemos.
Eu espero que neste século nossa vida e nosso trabalho se transformem em uma prece diária de reverência e gratidão por nossa Terra. E que nossas ações e inspirações sejam devotadas à elevação, à determinação e ao amor, para resgatar nossos erros passados, para que na Terra as famílias humana e a não humana possam viver em paz.. Que a paz seja o sustentáculo das rochas , das águas, das flores e dos homens sábios.
* Doutora em Direito pela UFMG, Presidente da Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal
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